quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Facebook na briga...
Soberano na internet, com o maior número de visitantes, o Google conta agora com a concorrência de um site que, em apenas seis anos, colocou em dúvida sua supremacia na web. O adversário da ferramenta de buscas é o Facebook.
O fundador da rede social, Mark Zuckerberg, admitiu a disputa ao reconhecer no começo do mês que "há âmbitos nos quais as duas empresas concorrem". A vantagem do Facebook, diz ele, é ter uma visão radicalmente diferente do que os internautas procuram.
Ele não nega que seu objetivo seja "conquistar toda a internet", declaração atribuída a ele por uma jornalista da rede americana CBS.
Ainda que a vantagem numérica seja do Google, o Facebook está conseguindo superar o concorrente em outras áreas. Segundo a empresa ComScore, o site de buscas marcou cerca de 977 milhões de visitantes únicos em outubro em todo o mundo, contra 633 milhões para a rede social. No entanto, a empresa também notou que, em setembro, os internautas ficavam mais tempo nas páginas do Facebook do que nos sites do Google.
De acordo com Luo Kerner, analista da empresa de investimentos Wedbush Securities, a ascensão do Facebook marca o advento de "uma segunda internet".
- Poderia ser mais valiosa que a primeira porque estamos todos interconectados.
O especialista explica que o Google, por um lado, promete neutralidade nas informações, oferecendo dados adaptados automaticamente ao que o internauta divulga em sua consulta. Já o Facebook, por outro, fornece informações personalizadas.
Criado em 2004 como ferramenta de socialização para estudantes da Universidade de Harvard, o Facebook oferece informações pré-selecionadas pelos próprios internautas e sua rede de "amigos". Zuckerberg chama isso de "grafo social, a cartografia digital das relações reais das pessoas".
Com essa tecnologia, o Facebook conta com mais de 500 milhões de usuários cadastrados, o que fez de Zuckerberg o bilionário mais jovem do mundo: aos 26 anos, sua fortuna é estimada em R$ 11,5 bilhões (US$ 6,9 bilhões).
Inovações
O Facebook também tem multiplicado as inovações que o situam nos domínios do Google: seu serviço de mensagens, com o endereço @facebook.com fornecido aos usuários, poderá ter o mesmo poder do Gmail. Sua função "procurar" é um motor de buscas em pequena escala com um diferencial: as respostas às perguntas dos internautas não são fornecidas por algoritmos, mas, sim, por sugestões dos membros do Facebook.
Para especialistas, isso deu início a uma disputa acirrada entre os dois sites, em particular no recrutamento de funcionários. Pelo menos 10% dos trabalhadores do Facebook, ou 200 funcionários, são ex-membros do Google. Como resposta, o Google teria decidido dar um aumento de salário generalizado em torno de 10%.
Apesar de não ultrapassar a liderança do Google, o Facebook agregou uma novidade que "aumentou o bolo da internet", segundo Kerner.
O reflexo disso se deu na publicidade, de acordo com Danny Sullivan, chefe de redação do site SearchEngineLand.com.
- Os anunciantes não decidem fazer suas campanhas no Facebook no lugar do Google, mas, sim, no lugar da mídia tradicional.
Juntos
A expectativa é a de que os dois sites continuem crescendo juntos. A expansão do Facebook, segundo Sullivan, serve também a alguns interesses do Google. Seus fundadores, Larry Page e Serguei Brin, já podem dizer, por exemplo, que não praticam uma concorrência desleal.
- Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, eles podem afirmar que possuem um concorrente forte.
De qualquer maneira, a empresa de Zuckerberg ainda não está em condições de ultrapassar o Google. O site de buscas possui dez vezes mais trabalhadores e pode chegar a um volume de negócios de R$ 37 bilhões (US$ 22 bi) este ano. Ou seja, cerca de R$ 35 bilhões (US$ 21 bi) a mais que o Facebook
Postado por
Gabriel Moura
às
17:23
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